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O Natal na mística franciscana: Envoltos numa grande Luz


Frei Almir Guimarães

Noite Santa! Noite do Nascimento da luz, Noite de paz, Noite em que nasceu a claridade. Mais uma vez, diante de nós, a singeleza e a beleza da noite do nascimento de Deus na terra dos homens. Festa da iluminação.

“Ó Deus que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade da verdadeira luz, concedei que tendo vislumbrado na terra este mistério, possamos gozar no céu de sua plenitude” (Oração da Coleta).

Tudo é claridade e luminosidade. O povo andava com dificuldade, caminhava na escuridão. Para os que habitavam nas trevas da morte uma luz resplandeceu…

A cena é conhecida: um recanto extremamente modesto, uma mulher, um homem, uma criança. Luz e esperança se entrelaçam. Toda criança que nasce é sinal de esperança luminosa. Lucas situa a cena dentro dessa perspectiva da iluminação. “Um anjo do Senhor apareceu aos  pastores, a glória do Senhor os envolveu de luz e eles ficaram com muito medo”.

Luz do começo da criação, quando o Senhor separou as trevas da luz e vieram o primeiro dia e a primeira noite. Luz no semblante de Moisés quando ia ter com Deus no alto da montanha. Moisés precisava mesmo colocar um véu cobrindo-lhe a face tão forte o brilho da claridade. A luz de Deus é forte demais. Quando Clara de Assis saía da oração, as irmãs  tinham a impressão que seu rosto estava iluminado. A grandeza e majestade, a luz de Deus em confronto com a pequenas e trevas do coração humano provocam medo. O anjo adverte aos pastores: “Não tenhais medo!” O Deus que se apresenta como luz do mundo na cena do presépio se mostra com tanta simplicidade que sua luz na pode atemorizar. É uma criança, um Deus que se torna criança, um Deus que estende as mãozinhas pedindo amor, esse que vem viver a nossa vida para iluminar nossos passos…

Luzes na árvore do Natal, luzes nos festões, nos umbrais das portas, lâmpadas multicoloridas em todos os cantos. Velas acesas na coroa do advento, luzes para os pastores que passavam a noite nos campos cuidando dos rebanhos.

Em poucas e singelas palavras, Lucas descreve a cena do Natal: “  “Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto e Maria deu à luz o seu filho primogênito e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para ele na hospedaria”.

Participamos da solene liturgia envoltos pela luz do candelabros. Ceamos com nossos irmãos e amigos num ambiente de luz. Deixamos o mundo das trevas, da mentira, da impiedade e das paixões mundanas.  Neste tempo santo do Natal, pregustamos a festa da luz que será a glória,  imaginamos a luminosidade do banquete do céu onde não haverá nas necessidade de luz porque o Cordeiro ilumina a todos.

Festejar o Natal é tomar a decisão de deixar o mundo das trevas, é acolher a luz, é acender todas as lâmpadas e lamparinas da face da terra para simbolizar a chegada da Luz que não conhece ocaso.

Fonte: http://www.franciscanos.org.br/

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