Pular para o conteúdo principal

“São Francisco é uma convocação, não uma devoção!”




Érika Augusto

São Paulo (SP) – Esta frase categórica foi dita por Dom Claudio Hummes, arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo, na celebração das 10h30, neste domingo (4 de outubro), dia de São Francisco de Assis. A capela do Convento, no centro da cidade, ficou pequena para tantos devotos do santo. Muitos traziam no colo, na coleira, em caixas, os seus bichinhos de estimação.


A celebração foi concelebrada pelo pároco, Frei Luiz Henrique de Aquino, por Frei Marcos Hollmann e Frei José Francisco e por Dom Camilo de Jesus Dantas, OSB, prior do Mosteiro de São Bento, e outros monges beneditinos.

Em sua homilia, Dom Claudio destacou o seguimento de São Francisco de Assis a Jesus Cristo. “De tempos em tempos surgem santos que obedecem fielmente ao Evangelho, Francisco era um destes”. O arcebispo recordou as chagas recebidas por São Francisco, e disse que as chagas são a prova da proximidade do santo com Jesus Cristo.

Ele recordou também que, mesmo tantos séculos depois, São Francisco de Assis continua atual, e destacou a eleição do Cardeal Mario Bergoglio e a escolha do nome do novo Papa. Dom Claudio afirmou que a escolha se deu por 3 razões: pelos pobres, pela paz e pela criação. E discorreu a respeito da postura do Papa Francisco em seu Pontificado, e seus gestos que confirmam as razões da escolha de seu nome. “A Igreja não pode continuar como está, precisamos levar este modo de vida ao mundo, assim como faz o Papa Francisco”, exclamou.

Dom Claudio convidou os presentes a assumirem um novo modelo de vida. “São Francisco não pode ser apenas uma devoção. São Francisco é uma convocação, uma interpelação. Somos os herdeiros primeiros”, disse aos confrades e aos presentes.

O arcebispo emérito também exaltou a ida às periferias, geográficas e existenciais. E recordou o Ano da Misericórdia, proclamado pelo Santo Padre, e pediu uma igreja mais misericordiosa, que esteja ao lado dos pobres e das pessoas sofridas, e que deixe de lado os códigos e as leis. “Somos mais legalistas que misericordiosos, acreditamos mais nos códigos que na misericórdia, não entendemos a pessoa em sua situação, não nos identificamos com ela”, afirmou.

Ele encerrou sua homilia afirmando que o cuidado com a natureza é um chamado urgente, e destacou a importância da encíclica Laudato Si para os cristãos e não cristãos. Dom Claudio criticou sobretudo a lógica de lucros em que o mundo vive. “É preciso distribuir e cuidar, não acumular”, concluiu.






Comentários