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Deus olha seus filhos e filhas com olhos de mãe




“Deus olha seus filhos e filhas com olhos de mãe.” Para falar de Deus em sua infinitude, o único recurso que temos é lançar mão de percepções e experiências que estão ao alcance de nossa humana limitação. Desta forma, o olhar de mãe para descrever o olhar de Deus quer fazer menção ao que de mais nobre o sentimento humano pode produzir: o olhar e o cuidado da mãe para como o filho. E quais seriam os atributos deste olhar que o fazem ser tão parecido ao olhar de Deus?

1) Um olhar teimosamente otimista. É próprio da mãe apostar todas as fichas em seu filho. “A quem ama, o feio, bonito lhe parece”, diz o ditado que tem nos olhos da mãe a sua mais evidente confirmação. Mesmo diante de erros, tropeços e fracassos, lá está ela, fiel, obstinada, teimando em acreditar, em dar nova chance, em reavivar no coração os motivos que tem para amar aquele em cujas veias e artérias corre o sangue do seu sangue. Ainda que chore e sofra, nunca o faz diante do filho ou da filha e, ao modo do palhaço que maquia um sorriso sobre o rosto condoído por uma grave perda, faz das tripas coração para ser uma voz de esperança e de otimismo. Basta lembrar-se das mães que se consomem nas filas intermináveis de presídios e penitenciárias para visitar aqueles que saíram de seus ventres, acreditando teimosamente nas sementes de bondade e amor que foram plantadas no coração de seus “pequenos”. E assim é a misericórdia divina.

2) Um olhar sempre disposto a perdoar. É próprio do ser humano decepcionar e ser decepcionado. Não existe história que não seja marcada por este dado, fruto da limitação e da complexidade nas quais fomos tecidos. No entanto, no coração da mãe sempre está aberta a porta do perdão, pela qual o filho tem livre acesso, reconhecendo ou não o erro, pedindo ou não desculpas. Ao modo do Pai do Filho Pródigo, em seu coração a mãe está sempre disposta, de braços abertos para cobrir de abraços aqueles que são a extensão de suas próprias entranhas. E este é o modo de Deus perdoar. Este é sempre o seu modo de agir. Basta aos filhos tomarem consciência desta disposição amorosa e perseverante.

3) Um olhar repleto de empatia. A mãe vibra em cada vitória do filho. Enche-se do bom orgulho para partilhar as conquistas daquele a quem ama. Seja grande ou pequeno, cada progresso é celebrado, partilhado. No coração da mãe, talvez traga mais contentamento do que uma conquista que tivesse sido dela. Também na dor, o coração da mãe se condói ao ver o sofrimento de seu filho ou de sua filha, sentido na própria carne a intensidade da dor que abate o coração de seu rebento. E desta forma é o Deus de Jesus Cristo, alegrando-se com as alegrias e sofrendo com as dores de seu povo.

Neste dia das Mães, mais uma vez desejo agradecer a Deus que, em sua Sabedoria, confiou-nos seres tão capazes de trazer para a nossa vida uma porção generosa do Amor infinito com o qual Ele nos ama. Obrigado, Senhor, pela minha mãe. Agradeço-vos, ó Deus, por todas as mães!

Frei Gustavo Wayand Medella, OFM

Fonte: http://www.franciscanos.org.br

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