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“Santa Clara, defensora da vida”, tema da 33ª Jornada

Irmãos e Irmãs,
Paz e bem!

No dia 28 de setembro nossa fraternidade fez-se presente na 33ª Jornada Franciscana da FFB-SP.  Com o Tema “Santa Clara defensora da Vida”, iniciou às 8 horas com recepção, café e a Santa Missa presidida pelo Frei Antônio Corniatti, OFMConv, o convidado para a reflexão do dia, e concelebrada por Frei Anacleto Gapski, coordenador da FFB-SP. Contando com muitas religiosas e a grande presença dos irmãos da Ordem Franciscana Secular, vindos de várias partes de nossa cidade, do grande ABC, baixada santista e também do interior. Entramos com a relíquia de São Luís, em comemoração aos 800 anos de seu nascimento. E ao final preparamos a oração de despedida do encontro. Estávamos em 12 irmãos das Chagas.

A seguir colocamos o texto dos franciscanos que retrata bem esse dia alegre e fraterno do encontro da grande família franciscana.

Mesmo que em número reduzido de nossos irmãos na participação dos encontros, vamos caminhando.

Deus seja louvado!

Maria Nascimento 





















Pela 33ª vez, os franciscanos e franciscanas do Regional São Paulo da Família Franciscana do Brasil (FFB-SP) – com destaque para as fraternidades da Ordem Franciscana Secular, sempre em maior número e das cidades mais distantes – se reuniram neste domingo (28/9), no Colégio das Irmãs Franciscanas de Ingolstadt, em Moema, para mais um encontro como acontece todos os anos no início da Primavera.

O encontro começou com a acolhida e cafezinho às 8 horas e, às 8h45, teve início a celebração eucarística, presidida por Frei Antônio Corniatti, OFMConv, o convidado para a reflexão do dia, e concelebrada por Frei Anacleto Gapski, coordenador da FFB-SP.

Na homilia, Frei Antônio, já deu início ao tema da Jornada: “Clara de Assis, defensora da vida”, em sintonia com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Mas antes, Frei Antônio refletiu sobre o que entendemos por viver? “Por que as coisas vivem, as plantas vivem, o bichinho que está aqui no vaso vive, os animais também vivem, nós vivemos, os anjos vivem, Deus vive”, reforçou a pergunta. Primeiro, o frade conventual citou as coisas, que têm seu jeito próprio de estar aí. “Estão onde estão nos servindo”, disse, assim como as plantas, que crescem e evoluem com o modo próprio que cada uma recebeu. “A pequena semente que caiu na calha vai ser tornar uma plantinha com a mesma cordialidade de uma semente que caiu em solo fértil. Ela não tem inveja. Já os animais seguem os seus instintos. Coisas, plantas e animais dão glória a Deus em sendo o que são. Devolvem a Deus o que eles têm e não pecam. Vivem rigorosamente segundo o projeto originário que Deus deu para elas”, lembrou.

“Agora, o nosso modo de viver é diferente. Nós devemos ser o que já somos. Ninguém acontece de graça. Não dá para terceirizar o nosso modo de viver. Responsabilizar-se em ser o que somos é modo próprio de viver”, acrescentou o palestrante.

“Você pode ocupar a sua mente de quanto conhecimentos quiser, mas o fato de ocupar a sua mente de conhecimentos e conceitos, tornando-se doutor, isso não te torna nem melhor nem pior. Apenas uma pessoa bem informada e bem habilitada, mas em crescimento de vida, não. Eu posso saber de cor e salteado um manual de natação, mas se eu não me responsabilizei em me tornar nadador, caio na piscina e morro afogado com todas as informações de natação que eu possa ter na minha cabeça”, - exemplificou.

“O mesmo vale em Teologia. Você pode ser doutor em todas as cadeiras: dogma, moral, direito canônico, exegese etc. Pode ser muito hábil em transmitir conceitos destas várias matérias e não ter um mínimo de experiência de Deus. Vem um pernilonguinho na tua orelha e tira você da paciência. Você sabe de cor e salteado que Jesus disse: ‘É na vossa paciência que possuíreis a alma’. Então, com todos os doutorados, um pernilonguinho tira você do sério! Porque você não cresceu neste vigor existencial que se chama paciência”.

Segundo ele, quem, porém, acordou para a busca do sentido da vida, descobrirá que na raiz do nosso ser, no mais profundo do nosso coração pulsa uma inexorável paixão pelo sentido último absoluto de todo e qualquer existir humano; algo que por meio de todas as vicissitudes da existência humana nos fascina, provoca e seduz para uma busca cada vez mais exigente, profunda e originária.

“Viver, no sentido de vida humana, significa, pois, acordar para essa possibilidade de fundo de nós mesmos, para esse projeto existencial que perfaz a grandeza, a dignidade e o privilégio do ser-humano: crescer e consumar-se nele”.

Segundo o Frei, o crescimento humano não é dado pelos conceitos, pelas ideias, mas pela responsabilização em se transformar. O mesmo vale para Deus. “Para eu conhecer Deus eu tenho de me tornar Deus. E como eu me torno Deus? Responsabilizando-me em ser filho de Deus no Filho de Deus. Nisso Clara é mestra. Até a sua morte, ela passou todos esses quarenta e dois anos de vida no claustro só trabalhando esse toque vocacional que teve”, explicou.

“Assim, Clara, defendendo, conhecendo e amando a vocação que recebeu, abrindo-se para deixar-se transformar, tornou-se a irmã menor de toda a criatura com o irmão menor de toda a criatura, Francisco de Assis”, disse Frei Antônio.

Segundo o frade, se lermos atentamente os escritos de Santa Clara, perceberemos de imediato que a sua inexorável e única paixão era seguir a Jesus Cristo, crucificado. “Jesus Cristo crucificado, como no caso de São Francisco, a fascina, a atrai, absorve-lhe todas as forças, no grande desejo de unir-se a ele, de ser carne de sua carne, osso de seus ossos”.

Para Frei Antônio, todas essas coisas não teriam nenhum sentido, por si e em si, se não estivessem enraizadas em Jesus Cristo crucificado e seu seguimento. “Nesse sentido, o seguimento de Jesus Cristo crucificado era radical, isto é, a raiz de todas as coisas para Santa Clara”, enfatizou.

No final de sua palestra, encerrando a manhã, Frei Antônio fez a leitura espiritual do Testamento de Santa Clara.

Às 14 horas, Fernando da Fraternidade Santo Antônio de Embaré (Santos), falou sobre “São Luís, Rei da França”, que neste ano é lembrado pelos 800 anos de seu nascimento. Frei Antônio, no final da Missa, deu a bênção final com uma relíquia de São Luís.





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